Por que tantos times batem escanteio curto?
Análise estatística. Por que se usa tanto no basquete e
beisebol mas tão pouco no futebol? Como isso pode ajudar os times? Por que o
Palmeiras campeão de 2016 do campeonato brasileiro era o time do escanteio
curto e do lateral longo?
O beisebol e basquete são esportes com eventos bem
diferenciáveis e simples. Nenhum esporte coletivo tem pontuação tão alta quanto
o basquete. No campeonato da NBA é muito comum uma média de mais de 100 pontos
para cada time por jogo. E no campeonato brasileiro de futebol é muito raro um
time passar dos 100 gols, algo que só ocorreu uma vez. Essa diferença faz com
que haja muito mais rapidamente conclusão de jogadas e eventos repetitivos para
se definir. No futebol há muitas jogadas interrompidas pelo outro time, e muito
costumeiramente um time não chega até a finalização. O beisebol por outro lado
é jogado em turnos, o que faz com que seja muito mais fácil definir o que se
espera que cada um faça em determinados momentos do jogo, ou seja, se sabe
exatamente o que procurar em cada situação. Um outro fator, simplesmente a
cultura do jogo, não há tanta análise estatística no futebol por simples falta
de costume.
O livro os “números do jogo” na página 24 diz que de cada
cinco escanteios apenas um é leva a uma finalização. Significa que é mais fácil
a defesa adversária conseguir um contra-ataque do que o time fazer um gol. Para
cada 10 finalizações, apenas uma vira gol nessas ocasiões, abaixo da média de
uma em nove nas outras jogadas. Juntando
todas essas informações, um escanteio vale 0,022 gol, ou surge apenas um a cada
45 escanteios vira um gol. Não era a toa que não só o Palmeiras de 2016 como
também o Barcelona de Guardiola preferiam o escanteio curto, que mantém a posse
de bola com seu time na área mais próxima do gol adversário. E o lateral longo?
Simplesmente porque com as mãos é muito mais fácil fazer os lançamentos e 8 de
cada 9 gols surge em jogadas com 3 passes ou menos.
E por último, como a análise estatística pode ajudar os
times? Poderia definir qual o melhor modo de se fazer o escanteio, e auxiliar a
prevenir a lesão ou decadência de algum atleta. Lou Ghering, do beisebol,
reduziu suas estatísticas repentinamente, o que o levou a descobrir que estava
com esclerose lateral amiotrófica. Japp Stam, zagueiro holandês reduziu o
número de carrinhos que dava, pois aprendeu a fazer desarmes mais
eficientemente. Gamarra, zagueiro paraguaio, passou uma Copa do Mundo inteira
com quatro jogos e uma prorrogação sem fazer uma falta sequer, porque sabia o
momento certo de fazer o roubo de bola. E, Cristiano Ronaldo foi o jogador que
correu com a maior velocidade da Copa do Mundo de 2018, porém um dos que menos
correu em distância, indicando alto nível, porém menos resistência física.
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