A Copa Rio do Palmeiras. É ou não um mundial?


Em 1951 a CDB criou a Copa Rio, que também tinha o nome de Copa dos Campeões do Mundo. Estavam presente times de sete países, além de duas equipes brasileiras. Os jogos foram em ida e volta na semifinal e final. Uma competição com mais participantes e mais dificuldade que todos os mundiais que houve depois. Até 1979 havia a possibilidade de até três jogos, de 1980 a 2004 apenas um. E o da FIFA teve no máximo quatro, em 2000. O Palmeiras precisou de sete jogos para ser campeão em 1951. Esse post quer mostrar que a imprensa deveria manter o que disse na época e que ser ou não reconhecido pela FIFA não é tão importante quanto parece. Também mostrará o que foi dito internacionalmente. A maioria dos posts fala sobre o que a imprensa brasileira disse na ocasião.


O torneio deveria ter a participação de 16 países. Porém, a própria Copa de 50 teve apenas 13, então as pretensões iniciais foram diminuídas. Foram chamados times da Espanha, Inglaterra, Escócia, Uruguai(Nacional),Portugal(Sporting) e Itália. Os ingleses , ainda muito fechados, recusaram o convite. Também não participaram da primeira edição da Liga dos Campeões e nenhum inglês jogou o Mundial de Clubes nos anos 70. Em 1981, quando já eram obrigados por contrato a ir, disseram preferir uma vitória na Copa da Inglaterra. Apesar disso, o World Sports de setembro de 1950 chama a Copa Rio de Copa do Mundo de futebol de clubes. Clique aqui e veja tanto a reprodução do artigo original como a tradução publicada no Jornal dos Sports. Os escoceses também recusaram o convite. Os espanhóis preferiram jogar a Copa Latina. Uruguaios e portugueses aceitaram. O Milan, campeão de 51, jogou a Copa Latina . A Copa Rio era muito próxima e seu trio de ataque sueco poderia escolher não jogar fora da Itália, e foi o que fizeram. O trio Gre-No-Li, Gren, Nordahl e Liedlohm, eram os melhores jogadores do Milan e sem eles, o time não faria um bom campeonato. Uma alegação comum da época porém era que os ingleses tinham a preocupação de perderem a fama que tinham de melhor futebol do mundo. Na Copa de 50 deram vexame, sendo eliminados na primeira fase para o semi-profissional Estados Unidos. E os espanhóis tiveram a excursão da Portuguesa, que arrasou seus times. Então havia a diferença inicial de que os europeus queriam ganhar esse título.

No lugar dos desistentes, foram chamados times da França (Nice), Aústria(Áustria Viena), Iugoslávia (Estrela Vermelha) e o campeão italiano de 50. O Nice abriu mão de sua vaga na Copa Latina ao vice francês. A Aústria era na ocasião o país com mais títulos da Copa Mitropa. A Iugoslávia o país melhor classificado na Copa de 50 depois da Espanha. Apesar do seu forte futebol, a Argentina e Brasil tinham péssimas relações no futebol. O que causou a ausência hermana na Copa de 50 e a falta de convite à Copa Rio. A Federação Indiana quis participar, mas foi recusada. Havia campeões de 50 do Rio(Vasco), São Paulo (Palmeiras), Uruguai,Áustria e Itália. Os outros três eram de 51. Problema semelhante ao que teve a FIFA no seu mundial de 2000, com quatro classificados de 98 e quatro de 99. Porém, todos eram campeões e esportivamente mereciam estar lá. 
Gazeta de Lausane de 10-07-1951. Editada a partir do acervo do próprio jornal

Como pode ver, a competição tinha bom nível de jogos e representatividade. Quatro das que viriam a ser as cinco grandes ligas foram chamadas. A Alemanha estava restrita do futebol internacional, por conta da Segunda Guerra Mundial. Portugal e Escócia, duas das médias ligas também estiveram presentes. Além do Uruguai, bicampeão do mundo e Estrela Vermelha, depois campeã da Liga dos Campeões. Na Espanha, Áustria, Suiça, Itália e Portugal, o campeonato foi chamado de Torneio dos Campeões, ou Campeonato dos Campeões. O fato de ter notícias em jornais espanhóis mesmo sem nenhum representante mostra que era valorizado. O nome mundial foi utilizado em notícias sobre a Copa Rio na Itália. Como essa, que fala dele como uma revanche da Copa do Mundo, em tom menor, em uma página do La Stampa, jornal de Turim, Itália. Cidade da Juventus, vice da Copa Rio. Essa outra matéria, também do La Stampa, contou com a participação de um repórter inglês, do Daily Mirror. Nela se afirma que a diferença para a Copa do Mundo de um ano antes é que nela a disputa era entre seleções, nessa entre clubes. Um ponto importante, essa foi uma matéria criticando a qualidade da final, pois foi disputada entre o terceiro do Italiano daquele ano (chamado por ser campeão do ano anterior) e o campeão paulista, mas não nacional, Palmeiras. 

Giampiero Boniperti, melhor jogador da Juventus, disse que acreditava que disputava uma Copa do Mundo, assim como seus companheiros de time. Muitos podem dizer que isso é a opinião de apenas um jogador, ou no máximo uma equipe. Mas, foi do lado que foi vice campeão. Poderia dizer facilmente que era um torneio sem valor, ou que os 56 anos entre o título e a entrevista o fizeram esquecer detalhes. Ou que era um mundialito sem importância, como disse Roberto Carlos em 2000, quando veio jogar o Mundial da FIFA pelo Real Madrid e sustentou essa opinião mesmo no período em que jogou pelo Corinthians. Porém, Boniperti disse que viu a Copa Rio como uma chance de desfazer o fiasco da Copa de 50 que a Itália teve. O país na época já era bicampeã, o que significava ainda mais quando apenas quatro haviam sido disputadas. A entrevista de Giampiero está na Placar de  Maio de 2007. Na Itália se foi noticiado pela que a Copa Rio era um projeto impressionante, saudado com tanto entusiasmo pela FIFA que eles quase deram o carimbo oficial. O que mostra que os italianos nunca reconheceram a Copa Rio como um torneio oficial da FIFA. Apesar disso, a imprensa, público e participantes italianos o consideravam um mundial. Aqui pode ver que Boniperti ainda falava  do valor do campeonato 24 anos depois como uma base para minimizar o vexame do ano anterior na Copa do Mundo.Na Itália o nome Mundial Interclubes nunca foi utilizado, como no Brasil. Era chamada de Copa Intercontinental de Clubes Campeões, ou Copa Euro-Sul Americana. Sim, um nome horrível e muito grande. Então não seria natural esperar que o nome Mundial fosse utilizado em um jornal italiano com frequência. Apesar disso, notamos que a imprensa italiana não mudou seu ponto de vista. Era um competição mundial, não era o Mundial Interclubes/Intercontinental nem o Mundial de Clubes da FIFA. Mas era um mundial. 


O vice presidente da FIFA participou pessoalmente da organização da Copa Rio. Esteve em muitas ocasiões pessoalmente no Rio de Janeiro e buscou meios de vários times europeus participarem. O presidente da FIFA foi pessoalmente entregar a taça aos vencedores. Aconteceu a mesma coisa na Copa de 1950. A Copa Rio teve participação na final muito semelhante a Copa do Mundo de Seleções. Então não se pode dizer que foi uma competição deixada de lado por ela, como acontece com a Florida Cup e aconteceu com a Pequena Copa do Mundo. Porém, não se pode dizer que ela como empresa participou, apenas seus dirigentes como "pessoa física". Então, nem na ocasião havia uma chancela da FIFA na competição. Jules Rimet disse que só precisavam ser avisados, porque a função deles era cuidar de seleções. Seria o equivalente a querer que o Ministério da Pesca organizasse uma pesquisa sobre galinhas. Uma pena que direitos autorais me impossibilitem de colocar a imagem nesse post, mas pode ver aqui essa entrevista. E aqui onde diz que pedissem, organizariam. E que esperavam que tivessem o mesmo sucesso que na Copa do Mundo de 50.

Ottorino Barassi era o braço direito de Jules Rimet. Cuidou da taça da Copa do Mundo durante a Segunda Guerra, criou a UEFA e era o presidente da Associação Italiana de Futebol. Gabriel Hanot, jornalista francês foi o principal promotor europeu do torneio. Depois fundaria a Liga dos Campeões e auxiliou na criação da Bola de Ouro. E citou a Copa Rio como sendo uma das suas inspirações. Como pode ver aqui, no La Stampa.ACHAR MELHOR QUE ESSE JORNAL.

Porém, o Intercontinental também não tinha. Mesmo com a propaganda da própria FIFA nele, como vê na foto acima, da edição de 1983. Europeus costumam dividir os títulos. Com exceção de portugueses, holandeses, alemães e o Real Madrid. Digno de nota que apenas o Bayern tem os dois títulos e que o Real Madrid foi um dos incentivadores do Mundial Interclubes, como era chamado o Intercontinental.Os outros espanhois, como Barcelona e Atlético de Madrid fazem a separação.

FOTO atlético q tem na placar mostrando a diferença.

A imprensa brasileira como um todo considerou na ocasião a Copa Rio um Mundial. Foram pesquisados quinze jornais e todos compartilham dessa visão. O que não impediu que houvesse queixas quanto à organização. O Estadão disse que as outras edições não deveriam ter o nome de Copa do Mundo, pela ausência britânica e espanhola. Também disse que seria melhor se a FIFA organizasse, porque assim ela definiria melhor as datas. Vittorio Pozzo, técnico campeão das Copas de 34 e 38 pela Itália, disse que sem Inglaterra, Argentina e Espanha a Copa fica sem valor em uma matéria da revista Il Calcio Ilustrado. Porém, ele foi lembrado via imprensa que as Copas do Mundo que ele venceu não tinham Inglaterra, Argentina, Uruguai e Escócia. Esse mesmo Pozzo disse que acreditava que seriam campeões mundiais de novo. O Corriello dello Sport criticou o critério de escolha dos representantes. O mesmo jornal que disse que um clube italiano não poderia faltar em um evento tão importante e de alcance mundial. Aliás, essa palavra, alcance mundial, está nas postagens que a FIFA faz sobre a Copa Rio de 1951, em todas.

Fonte: Gazeta Esportiva. Entrevista de 15 de julho de 1951 traduzida do italiano

Em 1952 houve a segunda edição da Copa Rio. A própria CBD disse que não haveria o título de campeão mundial. Houve três vice-campeões. Um deles do Paraguai. O Estadão disse que dos estrangeiros só o Peñarol era forte. Mário Filho, um dos idealizadores da Copa Rio, disse que lamentava o povo geral acreditar que o nível técnico da Copa Rio de 52 era mais baixo e que o Fluminense não se considerava campeão mundial. Enquanto isso, em 1951 o Campeonato Uruguaio foi paralisado para auxiliar o treinamento do Nacional e a France Football falava em Copa do Mundo. Essa foi a revista que sugeriu a criação da Liga dos Campeões que dá o prêmio de Melhor do Mundo. Por um tempo, seu prêmio foi unificado ao da FIFA. E o Palmeiras sempre se considerou campeão mundial. A Copa Rio de 52 já teve a concorrência da Pequena Copa do Mundo, para onde o Real Madrid preferiu ir.

Em março de 2007 a FIFA considerou a competição oficial e em dezembro do mesmo ano retirou a chancela. Em agosto de 2014 Blatter, presidente da FIFA na época disse que reconheceria a competição como um mundial de clubes e reconheceria outros campeões mundiais. Em 12 de agosto de 2014 a FIFA reconheceu oficialmente o título como primeiro entre clubes da Europa e América em nível mundial. Em 2016 também exaltou o aniversário de 65 anos do título dizendo "Verde é a cor da inveja". O novo presidente da FIFA não reconhece mais esse título. Se fizesse isso abriria uma porta para que outros pedissem sua inclusão. A Pequena Copa do Mundo por exemplo. E preferiu então fechar as oportunidades para todos.

Fonte: Instagram da Fifa

Houve um caso parecido com o Torneio Sul-Americano de 1948, que o Vasco ganhou. Só foi aceito pela CONMEBOL, confederação sul-americana, em 1997. Porém, muitos não o consideram válido, mesmo com o selo oficial. O Vasco foi chamado por ser o campeão carioca. De fato era a melhor equipe do Brasil, mas não era o campeão nacional. Afinal, não havia ainda o Campeonato Brasileiro. Tanto Corinthians como Boca Juniors se consideram campeões do mundo em 2000, sendo que ninguém jamais questionou o Boca e por muito tempo questionaram o oficial da Fifa, porque o Corinthians, que entrou como convidado. Mesmo o do Corinthians sempre tendo sido oficial. Porém, todo país-sede é convidado para a Copa do Mundo. Isso tira o valor dos títulos do Uruguai, Itália, França e Alemanha? Além disso, o reconhecimento da Taça Brasil do Santos não alterou o modo como foi visto o título, mesmo ele agora tendo um pentacampeonato. Ainda se fala em dois campeonatos diferentes e mesmo o Santos passando de bi para octa campeão, não se comenta sobre isso. No caso palmeirense, ainda se fala que o Palmeiras ganhou quatro títulos pro fax.


Para que afinal tantos times desejam o reconhecimento oficial? Em 2000 o Maradona foi eleito melhor jogador do Século XX em votação pela FIFA. Foi motivo de piadas. O título ser oficializado não vai ser uma vantagem para nenhum time. Ainda hoje muitos consideram que o Corinthians não poderia jogar o Mundial de 2000 por não ter a Libertadores e é base para piadas. Porém, quase todos os mundias da Fifa teve convidados do país sede. Se um time japonês fosse campeão seria falso? Em 2016 o Kasima Antlers perdeu apenas na final para o Real Madrid. Seria um título histórico. Até o título do Corinthians em 2012 não havia dúvidas sobre o valor dos títulos alheios. Porém, por que perder a piada? E por que fazem tanta piada com o Palmeiras? Porque os palmeirenses aceitam. Quando deixarem de se incomodar com logo acaba. Ainda hoje Blatter considera o Palmeiras o primeiro campeão mundial, conforme pode-se ver numa entrevista à Revista Veja em 2019. Os jornais todos da época chamavam o Palmeira de campeão mundial. Nesse link pode ver o arquivo em que a FIFA reconhece o título da Copa Rio como sendo a primeira competição mundial. Jair Rosa Pinto, que perdeu a Copa do Mundo em 1950 considera os dois títulos como tendo o mesmo valor. Yeso Amalfi, que jogou a Copa pelo Nice disse" A Copa Rio foi considerada a primeira Copa do Mundo entre os clubes, como uma Copa do Mundo normal entre os países. Para a época, foi uma Copa do Mundo de clubes". Há a ideia de vermos o passado com os olhos do passado e de reconstruirmos narrativas com base nisso.

Fonte: Dossiê Palmeiras

Muitos times valorizam muito uma competição que não tem o reconhecimento de absolutamente todos. O Mundial Interclubes é contestado, porque a FIFA não unificou com o seu Mundial. O Paulista de 1931 do São Paulo. O Brasileiro de 87 do Flamengo e Sport. Santistas se incomodam por não contarem os gols do Pelé contra a seleção de Ilhéus e pelo time do exército como tendo o mesmo valor dos da Copa do Mundo. O Corinthians tem dois Mundiais com uma Libertadores. Até a Portuguesa para muitos tem três meios Campeonatos Paulistas. O Fluminense tem a Copa Rio de 52, o Botafogo a Pequena Copa do Mundo, sendo que nem quando ganharam a consideraram tão importante. O Inter tem o Brasileiro de 79 invicto, porém com a unificação com a Taça Brasil, o Santos ganhou três títulos seguidos sem derrota. Além de Palmeiras e Cruzeiro também serem invictos. O Vasco o Sul-Americano de 48. O Cruzeiro a tríplice coroa de 2003.O ponto é, quanto mais o torcedor se preocupar com a opinião dos rivais, menos irá se alegrar com seus próprios títulos. Também pode vir um dia a oficialização da FIFA. O carioca de 1907 levou 89 anos para ser decidido nos tribunais. E estragou o belo hino do Botafogo. Se isso acontecer , o Palmeiras deixará de ouvir a piada de que não tem Mundial para começar a ouvir que foi campeão por e-mail. Afinal, a maioria das pessoas não sabem que o fax ainda funciona.

Então o Palmeiras tem Mundial. Sim. Mas enquanto não vencer o da FIFA a piada continua. Talvez até vencendo. Porém, a imprensa nacional deveria seguir com o ponto de que foi um mundial na época para elas e manter o título em seus rankings de clubes e quando noticia as conquistas palmeirenses. Por exemplo, sempre falamos do Dom Pedro II como um imperador, mesmo ele não tendo conquistado nenhum outro povo. Essa é a definição de um imperador. E falamos do Campeonato Carioca, mesmo ele sendo na realidade fluminense. Nenhum outro torneio além do Intercontinental e Mundial da FIFA teve o nome de Mundial no Brasil ou teve a mesma repercussão internacionalmente.

E se o Palmeiras vencer o Mundial da FIFA? Dirá que é bicampeão ou que tem uma Copa Rio e um Mundial? Provavelmente dirá que tem os dois torneios separadamente. A chancela oficial faz toda a diferença por mais que o time se veja de maneira diferente. O Flamengo sempre é lembrado que não tem o Brasileiro de 87, porque se recusou a fazer o quadrangular final contra Inter, Sport e Guarani. Mesmo esse sendo o meio para ir para a Libertadores e tendo afirmado antes do campeonato que iria. Há processos sempre que o time diz que venceu o Brasileiro daquele ano e se diz octa. A imprensa nacional toda disse que ele era o campeão daquele ano? Sim. Jornais, revistas, televisão, rádio. Era a conversa das ruas. Algum outro time das 13 maiores torcidas do Brasil disse que não era o campeão? Não, a conversa só mudou em 2007 quando o São Paulo quis vencer a Taça das Bolinhas. Estavam lá todos os maiores times do Brasil na Copa União? Não, o vice e o quarto colocado do ano anterior não estavam. Isso tira o valor da conquista para o flamenguista da época? Muda o fato de terem visto Bebeto, Zico e Renato Gaúcho jogarem o fino da bola, e a satisfação de verem 10 dos titulares serem jogadores de Copa do Mundo pelo Brasil? Exatamente, não. Olhando o passado com os olhos do passado, a Copa Rio foi um mundial para todas e a imprensa mudou de ponto de vista em xxxxxxx. Por que?

Outro ponto. As conquistas mais recentes tendem a ser valorizadas com certa razão. Afinal, essa o torcedor viu acontecer. Por mais que o Brasil de 70 seja melhor que o de 94 e 2002, relativamente poucos viram o tri. Ficamos mais contentes em ver o Brasil crescer seu PIB do que saber que no século XIX eramos a quinta maior economia do mundo. Mas não significa que o passado deixou de existir. 

 Testemunha ocular do torneio e favorável ao reconhecimento, o renomado jornalista Claudio Carsughi, correspondente do diário italiano "Corriere dello Sport" nos anos 50, disse ao RCB que a Copa Rio de 1951 teria sido mais facilmente diplomada como a primeira Copa do Mundo de Clubes pela FIFA, se existisse essa preocupação na época em que foi disputada.

    "Nenhum dirigente brasileiro se preocupou em oficializar a Copa Rio (como um evento da FIFA) porque era indiscutível o valor do torneio e o apoio concedido pela entidade naquela época. Não havia essa necessidade. E isso teria sido muito fácil, principalmente pelo fato de ter contado com a presença de Ottorino Barassi, vice-presidente da FIFA, na organização", disse Carsughi.


Clubismo?
Feitos de Pelé?
Mal de alzheimer coletivo?
Mas, por que não muda quando é com o Flamengo?

Jornal dos Sports de 06/12/50

Fonte das imagens:Projeto interclubes, quando não citada outra.

Foto placar com Copa rio mundial antes de 99

Nota:CBD é Confederação Brasileira de Desportos. Era quem organizava a maioria dos esportes brasileiros até 1979. Depois houve a divisão para cada um deles. 

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