Liga dos Campeões com duas fases de grupo. Vale a pena voltar à esse formato? Por que mudou?

A UEFA propôs a criação de uma segunda fase de grupos no lugar das oitavas de final. Os dezesseis que passam pela primeira fase se dividiriam em quatro grupos de quatro. Entre 2000 e 2003 a Liga dos Campeões tinha esse formato. Por que acabou ?

O motivo principal foi a competitividade maior nos campeonatos nacionais. De 93 a 2002 houve 9 campeões diferentes na França. Quatro vencedores diferentes do campeonato alemão na década de 90. De 99 a 2002 quatro vencedores diferentes na Espanha e Itália e de 90 a 95 cinco vencedores do campeonato inglês. Era um período em que a diferença entre os médios e grandes era bem menor. A exigências dos nacionais era maior para os grandes times que muitas vezes sequer iam para a Liga dos Campeões.

O segundo foi motivo foi que os clubes se queixavam do excesso de jogos e pediram a exclusão dessa segunda fase. Em 1999 Raul, do Real Madrid, jogou 61 jogos. A Liga dos Campeões era menos valorizada e como demonstração disso, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo foram eleitos melhor do mundo sem terem ido até as fases finais do campeonato.Trocar seis jogos por dois na fase de oitavas de final não era uma perda financeira tão grande como hoje é. O Liverpool jogou 58 vezes em 2019 e ainda há queixas. No Brasil a situação já foi mais difícil também. Em 2019 houve 74 jogos do Flamengo e em 99 de Alex, do Palmeiras, jogou 76 vezes. Tanto Alex quanto Raul não incluíram os jogos de suas seleções na cálculo.

Os campeões das grandes ligas em 2019, Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha e França.
Na ordem, Barcelona, Juventus, Manchester City, Bayern Munique e PSG

Um campeonato de pontos corridos entre vários países foi sugerido pela primeira vez em 2000, na fundação da primeira associação europeia de clubes. Acontece hoje por conta das cinco grandes ligas europeias estão com uma repetição de títulos que nunca havia acontecido antes. Em 2019 aconteceu a primeira vez em que todas as ligas tiveram um bicampeonato. Nos últimos quinze anos Barcelona e Real Madrid só perderam um campeonato espanhol. A Juventus é octacampeã num campeonato em que o recorde era cinco. O Bayern é hepta e o PSG venceu seis dos últimos sete campeonatos franceses. Vez por outra temos dinastias assim, mas nesses nível nunca houve. O Lyon já foi hepta francês, Barcelona tetra após um penta do Real Madrid e de 96 a 2004 Manchester e Arsenal dividiram todos os títulos ingleses.

A criação desse campeonato, chamado de Superliga, aumentaria o fosso entre grandes, médios e pequenos. Também diminuiria o valor da Liga dos Campeões. Com a pressão a UEFA aumentou o número de vagas desses cinco países na Liga dos Campeões. A criação de uma segunda fase de grupos aumentaria o faturamento desses grandes clubes. Porém, há queixas constantes dos muitos jogos que ingleses fazem, com Klopp dando folga para todos seus jogadores em dois jogos das Copas Inglesas e vários treinadores se queixando dos jogos no período do ano novo. Quatro jogos a mais piorariam a situação. Mas diminuiria o interesse em criar um campeonato sem tradição, o objetivo da UEFA. A FIFA já disse que puniria os times e jogadores envolvidos nesse campeonato. 

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