Melhores sem jogar Copa: Os que enfrentaram problemas físicos

Duncan Edwards

Qual o melhor jogador inglês? Para surpresa de todos, Stanley Mathews. Em segundo lugar vem Bobby Charlton. Porém, Duncan Edwards poderia estar com essa fama. Morreu em 1958 aos 22 anos em um acidente de avião em Munique. Em cinco anos de carreira teve dois títulos ingleses e duas semifinais da Copa dos Campeões. Antes disso o Manchester United teve apenas um título após a década de 1910. Foi o terceiro melhor jogador europeu em 1957 pela revista France Footbal, prêmio hoje que tem o mesmo valor do prêmio de melhor jogador do mundo, perdendo para Di Stéfano. Em 56 ficou em 13°. 46º maior jogador do Século XX pela revista britânica World Soccer. Bobby Charlton disse que foi o único jogador que o fez se sentir inferior, pois Edwards era superior a Pelé e Di Stéfano em todos os aspectos do jogo. Provavelmente seria o capitão na Copa de 66, vencida pela Inglaterra. Seu técnico disse que já havia desistido de procurar falhas em seu jogo. Completo, rápido, alto e forte, jogava com os dois pés, líder e inteligente em campo. Em uma partida começo como atacante e terminou como defensor. Jogou em todas as posições do futebol, incluindo o gol, e em altíssimo nível. Essa opinião geral já existia antes de sua morte. Aos 18, poderia ter jogado a Copa de 54, mas foi deixado de lado. Em 58 seria o titular e já era considerado o maior talento da Inglaterra, mas faleceu antes. Mais um grande jogador perdido por uma tragédia.


Valentino Mazolla

O maior jogador da Grande Torino, que teve 10 jogadores titulares em um jogo da Seleção Italiana en 1947. Teve o maior problema físico de todos, a morte. Morreu na tragédia de Superga, em 4/05/1949, o maior desastre que já ocorreu na história do futebol, porque além de destruir um grande time não houve sobreviventes. Foi pentacampeão italiano seguido, mas poderia ter sido hepta, pois dois campeonatos não aconteceram por conta da Segunda Guerra Mundial. Jogava em todas as cinco posições do ataque (numa época em que o esquema principal tinha cinco atacantes, o usual até a Copa de 54). Fez 123 gols em 195 partidas pelo Torino. Poderia jogar a Copa de 1950, com 31 anos, se não fosse a tragédia. Classificado como o maior jogador italiano que já existiu, a frente de Baggio, melhor do mundo em 1993 e Giuseppe Meazza, bicampeão em 1934 e 1938. Em 47-48 teve cinco rodadas de antecedência para o título e o melhor ataque da história do Campeonato Italiano, com 125 gols marcados. Poderia ter sido além da base de um tricampeão seguido da Copa do Mundo, o que nunca ocorreu, a base de um hepta ou octacampeão italiano. Também poderia ter feito do Torino um grande time, não apenas uma grande geração. Seu filho jogou a Copa de 70 e nunca quis ser do Torino pelas lembranças da tragédia.

Di Stéfano

Considerado por argentinos melhor do que Maradona e 4º melhor do Século pela IFFHS, Di Stéfano poderia ter jogado a Copa de 50 pela Argentina, mas ela boicotou pela escolha do Brasil como sede. Entre 57 e 61 jogou pela Espanha, desclassificado em 58 e em 62 teve uma lesão. Jogaria a segunda fase, mas foi eliminado pelo Brasil em um jogo que Nilton Santos fez um pênalti mas deu um passo para fora e o juiz deu só falta , além de anular um gol de bicicleta da Espanha por jogo perigoso. Sim, sem VAR Di Stéfano teria uma Copa do mundo jogado e o Brasil uma vencida a menos. Nessa época não havia convocação de jogadores que jogassem em outros países. Por conta disso, Evaristo de Macedo não pode jogar a Copa de 58 . Em clubes teve uma carreira excelente, membro da melhor equipe da história do Real Madrid, que foi penta da Liga dos Campeões, e do River Plate. Era segundo o mesmo, um Zidane mais rápido. Combatia, desarmava, visão de jogo em altíssimo nível, excelente domínio e condução de bola e espetacular finalizador. Um dos poucos a poderem jogar em alto nível em qualquer posição no jogo, conforme a necessidade do momento, apesar de ser um ponta de lança. Conseguiu a proeza de ser contratado no mesmo ano pelo Real Madrid e Barcelona. A decisão da Federação Espanhola foi dividir suas temporadas entre os dois, mas o Barcelona abriu mão. Antes de sua chegada, o Real era o quarto maior time espanhol. Quando saiu, era o maior da Europa. Venceu oito campeonatos espanhóis e cinco Liga dos Campeões seguidas. Fez 514 gols na sua carreira em jogos oficiais.

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