O time dos sonhos: O que foi o Dream Team, o melhor time de todos os esportes coletivos



O Dream Team foi a a seleção americana de basquete da Olimpíada de 92. Foi a primeira a ter os melhores jogadores do país, já que até a Olimpíada anterior os jogadores da NBA não podiam participar. Essa proibição fez com que Oscar decidisse não ir para os Estados Unidos em 1984, quando teve sua primeira oportunidade. O Dream Team foi campeão completamente invicto, sem perder nenhum período. Ganhou todas as partidas por pelo 32 pontos, lembrando que na NBA os jogos têm oito minutos a mais.

Por que foi a melhor equipe que já houve? Os Estados Unidos sempre foram o melhor basquete, em uma dominação de um país só que não existe em nenhum outro esporte coletivo, apesar de grandes conquistas consecutivas de outros países em outros esportes. Nunca mais conseguiram reunir os melhores jogadores em uma mesma seleção, já que os outros times depois tiveram muitos que se recusaram a ir para os jogos. Não houve em nenhum esporte coletivo um time com três atletas no top 10 dos melhores. E provavelmente nunca haverá. Segundo a ESPN, todos os titulares estão entre os vinte melhores jogadores que já houve na NBA e dois reservas até o 25º.

O Dream Team com seu técnico

A Seleção dos Estados Unidos venceu sete sete medalhas de ouro consecutivas, 1936 a 1968. Até 1984, apenas uma partida foi perdida por eles, quando a União Soviética venceu um jogo extremamente polêmico em 1972. Em 1980 houve o boicote aos Jogos Olímpicos de Moscou, então outra vez sem vitória americana. Mas em 1988 a União Soviética venceu a revanche nas semifinais da Olimpíada, com os americanos vencendo apenas o bronze. Em 1987, no Pan-Americano de 87 de Indianópolis houve pela primeira vez uma derrota em casa e a primeira vez em que tomavam cem pontos em casa. O Brasil de Oscar Schmidt e Marcel venceu por 120 a 115.

Essas derrotas fez o mundo pensar que o abismo entre os Estados Unidos e os outros no basquete foi baixado para um mero buraco na estrada, o que fez a liberação dos astros ser possível. A NBA viu então meios de fazer propaganda de seus jogos usando o orgulho patriótico dos grandes jogadores, começando por Michael Jordan, que estava no auge. Já vencedor dos jogos de 84, disse que só participaria se fosse com outros astros. Magic Johnson aceitou na hora e convenceu Bird dizendo que seria a única oportunidade que teriam de jogar juntos. Esses três estão em todas as listas sérias no top 7 dos melhores jogadores que já existiram. Nenhum outro esporte tem jogadores em tão alto nível em um só período.


 Em 1991 a Sports Ilustrated fez uma capa com o quinteto que se imaginava e a reportagem falava do sonho de ver aquele time junto um ano depois. A repetição da palavra duas vezes foi o que deu o nome “Dream Team”. Em setembro daquele ano haviam apenas duas vagas. Uma seria de um universitário, como homenagem às medalhas antigas que eles venceram, já que eram amadores por definição. Foi escolhido Christian Laettner, o único que não foi um craque na NBA. Ele ganhou a disputa com Shaquille O’Neal, um dos cinco melhores pivôs que já houve. A outra vaga estava entre Clyde Drexler e Isiah Thomas. Apesar de ser unanimidade que Thomas era melhor, ele foi rejeitado pelos jogadores da seleção. Seu time, o Piston, era conhecido como Bad Boys, com um estilo de jogo defensivo que usava muitas faltas e violência em seus jogos. Além de várias declarações polêmicas que ele deu em anos anteriores.

Em 1992 o time fez sua estreia no Pré-Olímpico, com uma média de 51,5 pontos por jogo. O técnico do time, Chuck Daly disse que era como ter Elvis e Beatles juntos. Os convocados foram aos jogos foram: Pivôs: David Robinson e Patrick Ewing; Alas-pivôs: Karl Malone, Charles Barkley e Christian Laettner; Alas: Larry Bird, Scottie Pippen e Chris Mullin;Alas-armadores: Michael Jordan e Clyde Drexler e Armadores: Magic Johnson e John Stockton, com os titulares em itálico. Robinson e Ewing tiveram tempo em quadra muito bem divido. Na Olimpíada os jogadores não ficaram na vila olímpica como todos os outros atletas, mas hotéis de luxo, apenas por segurança, pois viviam cercados de seguranças armados e houve relatos de ameças de morte.

Michal Jordan indo para a enterrada

No jogo contra a Lituânia, Jordan deu a maior aula de marcação que alguém já deu para ele, incluindo seus técnicos, segundo o ala Marciulionis. Ele teve só 6 de 17 arremessos acertados e anormais sete desperdícios de bola. O pivô Sabonis, o melhor europeu, fez só 4 de 17.Tiveram também 35 assistências de 41 arremessos.Na terceira partida venceram o Brasil por 127 a 83. Os brasileiros sustentaram a liderança pelos primeiros minutos, quando os americanos deslancharam. — Não havia jeito de ganhar. Para muitos da seleção, foi uma honra estar na quadra aquele dia por poder jogar com nossos ídolos da NBA. Todos que estavam lá brigavam apenas pela medalha de prata — diz o pivô do Brasil, Rolando.

Nenhum tempo técnico foi usado durante os jogos. Eles acertaram 57,8% de arremessos contra 36,5% dos adversários. Fizeram 117,3 pontos na média contra 73,5 e a vitória pela menor diferença foi a final, com 32 pontos de diferença. Os recordes olímpicos de assistências e roubos em um jogo são de Jordan, com 12 assistências contra a Alemanha e 8 roubos contra Angola e Croácia. Barkley fez 30 pontos contra o Brasil, recorde, e o jogo em que Angola fez apenas 48 pontos também o recorde de pior resultado de um time, por conta da excelente defesa do Dream Team. Estavam na liderança em 306 minutos dos 320 que jogaram e nunca estiveram mais do que quatro pontos atrás dos seus adversários, quando a Espanha fez 4 a 0 no começo de seu jogo.

Abaixo, a campanha do "Dream Team" nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992:

"Dream Team"  116  x  48  Angola
"Dream Team"  103  x  70  Croácia
"Dream Team"  111  x  68  Alemanha
"Dream Team"  127  x  83  Brasil
"Dream Team"  122  x  81  Espanha
"Dream Team"  115  x  77  Porto Rico
"Dream Team"  127  x  76  Lituânia
"Dream Team"  117  x  85  Croácia

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