O Corinthians de 98 a 2000: Os campeões nacionais de 98


Dos titulares, apenas Nei e Batata nunca foram para a seleção. Amaral, Kleber, Edu e Cris, reservas estiveram lá. Gamarra foi o melhor da posição na Copa de 98. Edílson e Vampeta foram pentas em 2002. Rincón seria titular se fosse brasileiro. Uma demonstração da força do futebol brasileiro nos anos 90. Em 98, no Campeonato Paulista o Corinthians ficou invicto até a final. O título era muito mais valorizado naquele período. Já no Brasileiro o Timão teve confirmadamente o melhor time do campeonato e confirmou. Após um período em terceiro plano, com o Palmeiras bi brasileiro e São Paulo bi mundial, além do meteoro de 100 gols de 96, agora era o Corinthians o melhor time do Brasil. Também foi por conta do título de 98 que garantiu sua participação do Mundial da Fifa de 2000. Vamos ver agora sobre quem era os principais jogadores de 98.

Os campeões de 98. Fonte: Meu Timão.

Nei: Goleiro.  Sua grande participação foi em deixar Dida como titular em 99. Uma demonstração evidente de que nem todo grande time começa com um grande goleiro.

Índio: Lateral direito de muito fôlego. Um dos poucos que não foram para a seleção, mas garantindo a representatividade no Corinthians e respeitando o regime de cotas raciais (isso não é sério.)

Gamarra. Quarto Zagueiro. Pequeno para a posição, mas com ótima impulsão e tempo de bola. Jogou toda a Copa de 98 sem fazer uma falta. Excelente no desarme. E em tirar os espaços do adversário e empurrar o jogo dos rivais para seu lado pior. Eleito melhor zagueiro da Copa e o melhor que já jogou pelo Inter e pelo Corinthians em eleições da Placar em 2006. Em 2005 foi eleito craque do Brasileirão, quando já jogava pelo Palmeiras. Um grande exemplo da arte de "zagueirar"


Batata: Zagueiro central. Forte, firme, com grande dedicação, chegou a ser cotado para a seleção em 98. Entrou no lugar de Cris por se sair melhor junto com Gamarra.

Cris: Zagueiro central. Mais um a ir para a seleção. Tinha a vaga de ser violento ainda naquele período. Trocado em 99 por João Carlos, do Cruzeiro, também da seleção. Fez depois grande carreira no Lyon.

Kléber: Lateral-esquerdo.Bom no apoio e marcação. Não tão habilidoso mas completo.  Ainda no começo de carreira. Reserva. Mas titular em 99. Também fez parte do time de 2002, vencedor da Copa do Brasil e do único ano em que o Torneio Rio-São Paulo valeu mais que os estaduais. Inclusive, aquele foi o ano oficial da morte dos estaduais.

Sylvinho: Lateral-esquerdo,um dos poucos que sabem que laterais são defensores.  Em 99 foi pra Europa. Jogou depois no Barcelona e foi campeão da Liga dos Campeões em 2006.

Amaral. Volante. Reserva, mas o melhor exemplo de o que é um cabeça de área, não joga mas não deixa os outros jogarem. Marcava tão bem que disse que poderia até impedir o Apartheid. Uma demonstração da força do time. Quem no Brasil hoje tem um reserva que foi titular da seleção três anos antes?


Vampeta: Segundo volante, tão bom em campo quanto nas entrevistas . Muito habilidoso, com grande visão de jogo, excelente posicionamento e fisicamente superior. Rápido e forte, jogava muito bem com e sem a bola. A pergunta que fazem tanto hoje, "quem marca?" tinha uma resposta excelente para aquele time. 1)O esquema, 2)O outro time que se vire pra marcar a gente. Dono da frase "fingem que me pagam e finjo que jogo" e "quer saber das famosas que peguei de graça ou pagando?" Num período politicamente incorreto, suas entrevistas fizeram com que muitos tivessem curiosidade com seu jogo. Primeiro corintiano a rolar bêbado as escadas do Palácio do Planalto, dizem que Lula foi o segundo.....

Rincón. Volante. Box to box. Era meia, mas Luxemburgo disse que precisava de um volante que não ficasse com a bunda no chão, ou seja, que pudesse armar o jogo mais de trás. Colombiano, extremamente forte, com bom chute e habilidoso, era porém um tanto lento. Brigou com o time para receber em dólar com a cotação do dia. Quando foi contratado ele estava em 1,20. Depois estourou para cerca de dois reais. Bons tempos...

Marcelinho:Meia atacante. Que pena que era difícil de lidar. Se fosse ver só o que foi em campo, seria titular em 2002 no lugar de Juninho Paulista, talvez em 98 no lugar de Leonardo e estaria no grupo em 94. Briguento e Atleta de Cristo, tinha a fama de falso e hipócrita. Se era merecida é outro ponto, mas colocava a bola onde queria nas cobranças de falta e tinha lançamentos espetaculares. Driblava curto e era muito rápido. Artilheiro, com 206 gols em 403 jogos pelo Corinthians.  Abaixo, uma amostra de como foi um batedor que faz muita falta no futebol mundial. Aqui, 165 gols pelos Corinthians. Ele fez o primeiro e o último jogo do campeonato. Provavelmente seria o artilheiro, se não tivesse discutido com Luxemburgo e virado banco em dois jogos, além de perder o direito de bater pênaltis. 



Ricardinho:Meia campeão do mundo em 2002, reconhecidamente inferior a Marcelinho. Bom no papel tático e nos lançamentos. Sabia recompor bem e tinha grande visão de jogo. Mas ganhou a eleição de jogador mais odiado pelos seus pares, por não ser considerado alguém do meio e ter a fama de levar conversas de vestiários para dirigentes e técnicos. 

Edílson:Segundo atacante. Começou como meia, mas foi empurrado para o ataque. Chamado de Capetinha por infernizar zagueiros adversários. Demorou para engrenar na carreira. Foi parte do Palmeiras 93/94 bi paulista e brasileiro. Grudava a bola no pé e era difícil ter quem tirasse dele. Cruzava bem as bolas para a área, em curva e também sabia chutar. Outro penta em 2002. Ao contrário do que disse, não era melhor que Messi, Cristiano Ronaldo ou Neymar. Nunca. Jamais. De modo algum. Eleito melhor jogador do campeonato de 98 pela Placar. 

Mirandinha. Ponta de lança. Extremamente rápido, corria 100 metros em 11 segundos. Mas quando corria não conseguia pensar. 

Dinei. Ponta de lança. Ídolo da fiel, muito mais por estar muito tempo no time que por qualquer outro motivo. Não que fosse ruim, mas a comparação com os titulares o deixa em maus lençóis. O 12º titular. Também campeão em 90, sendo o único tri pelo Timão.

O time foi comandado por Luxemburgo. Na época era considerado com muitas vantagens o melhor técnico do Brasil. Taticamente um gênio, quase todos os jogadores dos anos 90 e meados de 2000 afirmam que foi o melhor treinador que tiveram. Conseguia modificar seus times com maestria, sabia gerir o grupo e foi de fato vanguarda por um bom tempo. Entre 93 e 2004 venceu cinco Brasileiros, mesmo não participando de dois. Técnico da Seleção entre 98 e 2000, durante o Brasileirão de 98 se dividiu entre o Timão e a Seleção.

O Corinthians de 99

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