Corinthians de 98 a 2000: O ano de 99, bi brasileiro e campeão paulista do século


A história de que o dinheiro mudou todo o futebol e só temos mercenários existe há muitos anos. O Palmeiras dos anos 90 é conhecido pelo acordo com a Parmalat que montou três grandes times em seis anos. Na década de 60 o Santos de Pelé foi mais dominante e precisou montar apenas um. Sua dominação continuou com peças pontuais vindas em sua maioria das categorias de base.

Rincón, campeão de quase tudo entre 98 e 2000 pelo Corinthians disse que um jogador que não luta pelos seus salários não vai lutar em campo. Vampeta disse que fingia que jogava porque o time fingia que pagava. Mesmo assim, esse provavelmente é o melhor time que já houve no Parque São Jorge. Em 99 a parceria com o Banco Excel acabou e no meio do ano Gamarra e Sylvinho iriam para a Espanha. Gamarra por ser do banco e Sylvinho porque o time precisaria do dinheiro. Mas tiveram tempo de vencer o Paulista de 99. Como reforços para o começo do ano, a boa base, campeão da Copa São Paulo, como Ewerton, Gil, Kléber, Fernando Baiano (artilheiro da Libertadores) e Edu, hoje coordenador da Seleção. Todos, exceto Fernando Baiano, seriam jogadores da seleção.


O Palmeiras tinha 21 títulos e o Corinthians 22. Os dois foram para a final em 99 e se o Timão vencesse seria o maior vencedor até o final do século. No primeiro jogo da final do Paulistão (ainda chamado assim em 99 e tendo álbum de figurinhas e guias muito bem vendidos) vitória corintiana por 3 a 0 contra os reservas palmeirenses. A finalíssima da Libertadores foi marcada entre os dois jogos da final paulista. Eles não tinham nada com o calendário nacional ruim, então por que não golear o maior rival na decisão? Já o segundo ficou famoso pelas embaixadinhas que Edílson fez e Júnior do Palmeiras considerou provocação. A pancadaria generalizada é mais lembrada que o placar de 2 a 2.


O Corinthians era superior tecnicamente naquele ano. Apesar do Palmeiras vencer as quartas de final da Libertadores, houve duas questões. Marcos se tornou o São Marcos e eleito melhor da Libertadores em muito por causa do jogo de ida entre eles. 2 a 0 para o Palmeiras na ida em um dia que fez 14 defesas e o Timão deu 30 chutes, segundo a Datafolha. 2 a 0 para o Corinthians na volta, e decisão por pênaltis, o que mostra que poderiam vencer o time titular palmeirense, mesmo se a final da Libertadores fosse em outra data.


No meio do ano o Corinthians firma contrato com a empresa de investimentos Hicks, Muse, Tate e Furst. Com o dinheiro que começa a entrar em grande quantidade contrata Luizão, João Carlos, César Prastes e Dida. No Brasileiro, sete vitórias nos sete primeiros jogos e liderança mantida de ponta a ponta no campeonato. Nas quartas de final, em três jogos contra o Guarani, duas vitórias e um empate. Nas semifinais, duas vitórias contra o forte São Paulo. No primeiro jogo 3 a 2 em muito graças a Dida, que pegou dois pênaltis de Raí e teve a melhor atuação de todos os jogadores naquele ano, segundo a revista Placar. O vídeo acima mostra um compacto desse jogão de bola. O 2 a 1 do jogo de volta mostrou a qualidade do Corinthians, favorito na final contra o Atlético-MG.

No primeiro jogo da final, Guilherme faz o gol mais rápido das finais, com menos de um minuto. E amplia antes do Timão reagir. Com 3 gols nesse jogo, contra dois do Corinthians, ele chegou a 28 gols e foi o artilheiro do campeonato. O Atlético também tinha Veloso, Belleti, Marques e Robert. Mas faltava banco e o Corinthians era mesmo mais forte. O primeiro jogo possui o vídeo com melhores momentos logo abaixo. O 3 a 2 forçava o Corinthians a vencer pelo menos um jogo. Venceram o segundo por 2 a 0. O terceiro acabou em 0 a 0.


Dida, um dos melhores goleiros que o Brasil já teve. Azar de ter sido do mesmo período de Taffarel e Marcos. Jogou Copas de 98,2002 e 2006. Frio, sempre bem colocado, discreto e pegador de pênaltis. Indicado sete vezes ao prêmio de melhor goleiro do mundo, sendo segundo e terceiro colocado. Melhor goleiro em 2005 pela FIFA e primeiro goleiro brasileiro titular a vencer a Liga dos Campeões e a ser titular em altíssimo nível na Europa, jogando 10 anos no Milan. Primeiro negro a ser titular pela seleção no gol desde a Copa de 50, com Barbosa.

Edu: Volante de grande qualidade. Iria depois para o Arsenal. Bom passe e marcação, iria depois para a seleção. Venceu a Copa América em 2004. Ainda uma promessa em 99, foi reserva mas entrou em muitos jogos naquele ano.

Fonte: Fanatimão
César Prates: Lateral-direito ou esquerdo. Versátil, mesmo sendo destro podia jogar nas duas laterais ou na meia. Batia bem faltas. Foi difícil dizer se era titular ou reserva naquele ano. Atuou em muitos jogos, mas disputava vaga na direita com Índio e na esquerda com Kléber.

Marcos Senna: Volante marcador e de grande força física, foi campeão em 2008 da Eurocopa. Considerado um dos que mais auxilou a Fúria Espanhola a se tornar La Roja, deixando de ser o time vertical e agressivo para o Tiki-Taka máximo. Reserva em 99, dos titularíssimos Vampeta e Rincón. Se naturalizou anos depois. Bom chute de longa distância e preciso nos passes.


João Carlos: Zagueiro central.Titular da seleção na Copa América daquele ano. Forte mas não tão habilidoso. Experiente e de modo geral não comprometia. Sua grande falha era não ser Gamarra, o que não é vergonha alguma. Porém, se não fosse por Dida a defesa talvez atrapalhasse o time, que era muito ofensivo, leve e rápido do meio para a frente e com muitos espaços atrás.

Luizão: Como fazia gol. Maior goleador brasileiro na Libertadores. Como perdia gol, conseguiu não ser artilheiro do Paulista mesmo com Djalminha, Müller e Rivaldo dando assistências no Palmeiras de 100 gols de 96. Fez dois gols contra a Venezuela em 2001 que levaram o Brasil na Copa . Exemplo de atacante rompedor e finalizador, o forte da dupla de ataque usual dos anos 90. Estreou pelo Timão em 99, com 4 gols em um jogo. Centroavante. 52 em 77 pelo timão.

Os jogadores campeões em 98 e como o Timão foi campeão em 98 aqui

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